quinta-feira, 22 de março de 2012

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Interações

MEDICAMENTOS DE EFICÁCIA NULA

• Não provocam efeito farmacológico mas podem inibir a ação de outros fármacos



ANTAGONISMO

• Fisiológico: atuam sobre diferentes receptores provocando efeitos opostos. adrenalina x histamina

• Químico: o antagonista atua diretamente sobre a droga

• Bioquímico: pode ocorrer por interferência nos mecanismos de absorção, biotransformação, e eliminação

antagonismo

• Farmacológico: o antagonista ocupa o receptor impedindo a ação do agonista. histamina x anti-histamínico



SINERGISMO

• Ocorre quando o efeito obtido de dois ou mais medicamentos combinados é igual ou maior do que a soma dos produzidos por cada um deles em separado

sinergismo de soma

• O efeito farmacológico produzido por dois ou mais medicamentos é igual a soma dos efeitos de cada fármaco.

• ex. : analgésico + antiinflamatório

sinergismo de potenciação

• O efeito farmacológico produzido por dois ou mais medicamentos é maior do que a soma dos efeitos de cada fármaco.

• ex.: anestésico local +vasoconstritor



INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS

• Acontecem antes que a droga atinja o sítio de ação.

• Absorção: formação de substâncias insolúveis (tetraciclina + íons), alteração do ph, alteração da motilidade.



• Distribuição: competição por ligação a proteínas plasmáticas (fenilbutazona desloca a varfarina do seu sítio de ação)

• Biotransformação: anticonvulsivantes estimulam o sistema p 450, clorafenicol e tetraciclina inibem p 450

• Excreção

sábado, 12 de junho de 2010

Histórico...

Os conceitos primitivos da farmacologia derivam do estudo de plantas medicinais...
Instrumentos "farmacêuticos" da Europa do século XV ao XVII
Rudolf Virchow: "A terapêutica precisava evoluir"

BIOQUÍMICA APLICADA

Virtualmente, todas as reações na célula viva são mediadas por enzimas que aumentam a velocidade destas reações sem serem alteradas no processo. Podemos dizer, então, que as enzimas dirigem todos os processos metabólicos que ocorrem no organismo dos animais.

A descoberta das enzimas se iniciou no final do século XVIII, quando Spallanzani observou que os falcões apresentavam alguma substância capaz de liquefazer a carne da qual eles se alimentavam, já que estes regurgitavam um material liquefeito após se alimentarem. No mesmo século, Fabroni observou a fermentação do amido obtido dos cereais. Payen e Persoz, em 1830, obtiveram um precipitado alcoólico do extrato de malte que hidrolisava o amido e foi denominado diástase. Leuchs, em 1831, descreveu a ação da ptialina, hoje alfa-amilase salivar, presente na saliva. Em 1836m Eberle e Schwann descobriram a pepsina no suco gástrico e Corvisart descobriu a tripsina no suco pancreático.



ALGUMAS PROPRIEDADES DAS ENZIMAS:



As enzimas funcionam como catalisadores biológicos, ou seja, aumentam a velocidade das reações químicas sem serem consumidas na reação. Uma série de propriedades são apresentadas pelas enzimas, cujas mais importantes são descritas abaixo:

As moléculas das enzimas possuem um bolso ou uma fenda que é denominada de sítio ativo ou centro ativo. As cadeias laterais dos aminoácidos que formam o centro ativo, normalmente, formam uma estrutura tridimensional complementar à estrutura do substrato. Ao se combinarem enzima e substrato, tem-se a formação do complexo enzima-substrato (ES) onde o substrato (S) sofre transformações gerando um produto (P) que se dissocia deixando a enzima livre novamente.

A eficiência das enzimas como catalisadores é muito grande. Na maioria dos casos, as reações ocorrem em uma velocidade cerca de 100 vezes maior que aquela na ausência das mesmas. Normalmente, nas reações catalisadas por enzimas, até 1000 moléculas de substrato podem ser transformadas em produtos por segundo, o que se traduz em ciclo de renovação (turnover) muito grande da enzima por unidade de tempo.

As enzimas, geralmente, apresentam grande especificidade em termos de interação com o substrato e do tipo de reação que elas catalisam.

Muitas enzimas se associam a um cofator não protéico que é necessário para a atividade enzimática. Os cofatores incluem íons metálicos (por exemplo, Zn+2 e Fe+2) ou moléculas orgânicas que são conhecidas como coenzimas, as quais se derivam de vitaminas (por exemplo, NAD, FAD e Coenzima A). Holoenzima é um termo que se refere à enzima associada ao seu cofator e apoenzima refere-se somente à porção protéica e, ainda, o termo grupo protético a uma coenzima fortemente ligada a qual não se dissocia da enzima.



ATIVIDADE ENZIMÁTICA





As enzimas podem ter a atividade regulada, ou seja, podem ser ativadas ou inibidas de acordo com a necessidade de formação dos produtos. Paralelamente aos processos de regulação, pode haver a compartimentalização, ou seja, as enzimas podem estar localizadas em organelas específicas dentro da célula de forma que a reação ocorra onde haja disponibilidade de substrato, necessidade do produto e ocorra em um ambiente favorável para tal.

A velocidade de ação da enzima pode ser determinada pela quantidade de substrato consumido em uma determinada unidade de tempo e o produto formado na unidade de tempo.

V=Δs/Δt ou V= Δp/Δt

Fatores que influenciam a velocidade enzimática (atividade da enzima):

 temperatura,

 pH,

 variação da [E],

 variação da [S]

 e ação de ativadores e inibidores (hormônios).

As enzimas sendo proteínas apresentam estruturas ou níveis de organização, assim sendo toda enzima tem uma temperatura e um pH ideal de ação.

Quanto maior [E] no meio, maior velocidade de ação.

Quanto menor [E] no meio, menor velocidade de ação.



Quanto maior o ângulo maior atividade enzimática.

A variação da [S] influencia na atividade enzimática, quanto maior for a [S] de no meio maior será a atividade enzimática, que ira aumentar ate atingir uma velocidade máxima que é dada pela saturação de enzima no meio.

Ativadores: favorecem a atividade enzimática, aumentando a velocidade de ação de uma determinada enzima. Ex: NaCl, hormônios, tiroxina.

Inibidores: são substancias que vão inibir ou bloquear, diminuindo a atividade enzimática podendo ser reversível, irreversível e alostérico.

o Irreversíveis: inibidores que se combinam com a enzima permanentemente destruindo-a ou desnaturando-a, bloqueando totalmente sua atividade. Ex: ac.Forte, iodo, lugol, etc...

o Reversíveis: são aquelas que se combinam com a enzima temporariamente, diminuindo sua velocidade de ação, podem ser competitivos e não competitivos.

- Competitivos: apresenta estrutura molecular semelhante ao substrato, indo competir com o mesmo pelo centro ativo da enzima.

- Não competitivos: combinam-se com enzima na região alostérica não alterando o centro ativo de enzima.

o Alostericos: vão se combinar com a enzima no centro alostérico, alterando a sua estrutura de organização (desnaturação) alterando seu centro ativo, com isso a enzima não mais reagira com o substrato.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Alguns conceitos básicos...

Farmacologia

Estudo dos fármacos: fonte, solubilidade, absorção, destino no organis-

mo, mecanismo de ação, efeito, reação adversa

(RAM).



Fármaco (pharmacon = remédio):

estrutura química conhecida; propriedade de modificar uma função fisiológica já existente. Não cria função.



Medicamento (medicamentum = remédio) :

fármaco com propriedades benéficas, comprovadas cientificamente.

Todo medicamento é um fármaco, mas nem todo fármaco é um medicamento.



Droga (drug = remédio, medicamento, droga):

substância que modifica a função

fisiológica com ou sem intenção benéfica.



Remédio (re = novamente; medior = curar):

substância animal, vegetal, mineral ou sintética; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; influência: usados com intenção benéfica.



Placebo (placeo = agradar):

tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento: fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentração pequena ou mesmo na sua ausência), a figura do médico (feiticeiro).



Nocebo:

efeito placebo negativo. O “medicamento” piora a saúde.



Posologia:

(do grego posos=quanto, mais logos=estudo)é o estudo da dosagem terapêutica





Iatrogenia:

Quando um medicamento, ao ser administrado a um indivíduo, provoca uma lesão ou uma doença de forma não intencional.



Forma farmacêutica:

É a maneira como os medicamentos são preparados, apresentados e, consequentemente, comercializados e utilizados, ou seja, comprimidos, xarope, suspensão e outros.





Divisões da farmacologia



Farmacodinâmica: mecanismo de ação. Do grego dýnamis=força, estuda o mecanismo de ação dos fármacos, as teorias e os conceitos relativos ao receptor farmacológico, a interaçõa droga-receptor, bem como os mecanismos moleculares relativos ao acoplamento entre a interação da droga com o tecido alvo e o efeito farmacológico.



Farmacocinética: destino do fármaco. Do grego knetós=móvel, estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo. A farmacocinética corresponde às fases de absorção, distribuição e eliminação (biotransformação e excreção) das drogas. Por meio da farmacocinética é possível estabelecer relações entre a dose e as mudanças de concentração das drogas nos diversos tecidos, em função do tempo.



Farmacologia pré-clínica: eficácia e RAM do fármaco nos animais (mamíferos).



Farmacologia clínica: eficácia e RAM do fármaco no homem (voluntário sadio; voluntário doente).



Farmacognosia (gnósis = conhecimento): estudo das substâncias ativas animais, vegetais e minerais no estado natural e sua fontes.



Farmacoterapia (assistência farmacêutica): orientação do uso racional de medicamentos.



Fitoterapia: uso de fármacos vegetais (plantas medicinais).



Farmacotécnica: arte do preparo e conservação do medicamento em formas farmacêuticas.



Farmacoepidemiologia: estudo das RAM, do risco/benefício e custo dos medicamentos numa população.



Farmacovigilância: detecção de RAM, validade, concentração, apresentação, eficácia farmacológica, industrialização, comercialização, custo, controle de qualidade de medicamentos já aprovados e licenciados pelo Ministério da Saúde.



Imunofarmacologia: área relativamente nova que tem se desenvolvido muito nos últimos anos graças à possibilidade de se interferir, por meio do uso de drogas, na realização dos transplantes e de se utilizar, com fins terapêuticos, substâncias normalmente participantes da resposta imunológica

Introdução a farmacologia

HISTÓRICO E OBJETIVOS

A palavra farmacologia etimologicamente se origina da palavra Pharmakon, do grego que quer dizer droga, fármaco ou medicamento, mais logos, que significa estudo. De uma maneira genérica e bastante simplificada, poderíamos conceituar farmacologia de diversas formas, como se segue:

a) estudo da interação dos compostos químicos com os organismos vivos.

b) Ciência experimental que lida com as propriedades das drogas e seus efeitos nos sistemas vivos.

c) Ciência que estuda as alterações provocadas no organismo pelas drogas ou medicamentos.

A farmacologia foi reconhecida como ciência na segunda metade do século XIX, quando os princípios científicos passaram a ser considerados no estabelecimento das práticas terapêuticas. No entanto, desde as civilizações mais antigas, remédios baseados em ervas ou outros produtos naturais de origem vegetal, animal ou mineral eram amplamente utilizados para combater as diversas enfermidades que acometiam o homem e os animais domésticos que com ele conviviam. Até o século XIX, a terapêutica era pouco influenciada pela ciência. A partir desta fase, alguns cientistas importantes contribuíram para que esta influência fosse aumentada. Dentre eles, podemos citar o patologista alemão Rudolf Virchow que, naquela época, comentou o fato da seguinte forma: “ A terapêutica é um estágio empírico apreciado por clínicos e médicos práticos, e é através da combinação com a fisiologia que precisa ascender para ser uma ciência, o que ela não é nos dias de hoje”.

A falta de conhecimentos acerca do funcionamento do organismo e o sentimento de que doença e morte eram assuntos semi-sagrados dificultavam o entendimento dos efeitos das drogas e facilitava o emprego de doutrinas autoritárias e nada científicas.

O desenvolvimento de fármacos constitui o mais extraordinário sucesso da era industrial, superando, sem dúvida, as demais descobertas que revolucionaram o bem-estar cotidiano do ser humano por não se limitar à medida insensível de custo e benefício quando mitiga a dor e o sofrimento, melhora a qualidade ou prolonga a vida – atributos imensuráveis materialmente.

Caçadores e colhedores no mundo primitivo e selvagem, vivemos, no início do século 21, do consumo de alimentos industrializados e impregnados por agentes químicos estranhos à nossa evolução, transformamo-nos inclusive, em animais estritamente dependentes de fármacos. Nossos genes, que através de milhões de anos nos adaptaram á bioquímica da própria natureza ambiente, à resistência e à devastação das pragas, submetem-se agora ao bombardeio de poluentes químicos que incluem a fartura crescente de fármacos. Não surpreende assim que, entre muitos exemplos, se testemunhe a transformação em poucas décadas do milagre recente dos antibióticos na frustração da resistência a eles.

A indústria farmacêutica tem evoluído e se modernizado muito ao longo do século XX e início do século XXI e, graças aos avanços da química e dos métodos biotecnológicos, uma infinidade de produtos se encontram disponíveis para o uso na prática clínica. Os produtos químicos sintéticos começaram a ser introduzidos na década de 20. Os primeiros fármacos efetivamente desenvolvidos em laboratório foram as sulfas, descobertas por Domagk a partir do corante prontosil. Depois vieram os antibióticos, que tornaram possível a cura de uma série de enfermidades infecciosas, antes tidas como verdadeiros flagelos da humanidade. O desenvolvimento de fármacos anti-hipertensivos representou uma vitória na luta pela longevidade, o que reduziu significativamente a mortalidade pelas doenças vasculares.

Entretanto as indústrias raramente convertem em fármacos úteis uma imensa variedade de compostos gerados. Disto resulta a óbvia necessidade econômica da divulgação imediata, com grande impacto, da demonstração da eficiência de seus benefícios; os efeitos colaterais e, principalmente, as interações entre as drogas demandam muito mais tempo de experiência no ser humano, geralmente não sendo captados a curto prazo na experimentação animal em laboratório.

Contudo deve-se dizer que a compreensão de como as drogas ou outros compostos agem nos componentes do corpo em nível molecular deve aprimorar-se acentuadamente nos anos vindouros.

O estudo da farmacologia reveste-se de grande importância para os profissionais que militam no campo das ciências biomédicas, no qual as drogas se constituem em ferramentas importantes, seja na prática clínica ou na experimentação biológica ou biotecnológica.